sobre a Cassandra

Cassandra é uma estrutura artística, fundada em 2020. É também o nome da mulher que Apolo amaldiçoou por ter recusado a sua sedução, tornando-a capaz de prever o futuro sem que ninguém acredite nela. 

Resgatada do mito clássico, depois de ver Tróia incendiada, e ver cumprido tudo o que predestinou, chega-nos agora em forma de encorajamento à criação, mesmo sabendo da dificuldade que terá em ser ouvida. Uma característica não muito diferente da de todas as mulheres.

O projeto artístico assenta em dois eixos: a criação original de espetáculos, e projetos multidisciplinares de desenvolvimento de públicos. 

O primeiro espetáculo foi Monólogo de uma mulher chamada Maria com a sua patroa – estreado em 2021 no Centro Cultural de Belém, Lisboa - escrito, encenado e interpretado por Sara Barros Leitão, que é também a diretora artística desta estrutura artística, e que conta a história do trabalho doméstico em Portugal, com especial foco na criação do Sindicato do Serviço Doméstico, em 1974. Este espetáculo continua em digressão, tendo passado já por mais de trinta cidades nacionais e internacionais. 

Paralelamente, Cassandra organizou uma exposição com os materiais que estiveram na origem desta pesquisa: Mulheres em luta – uma exposição sobre o Sindicato do Serviço Doméstico, com a curadoria de Mafalda Araújo e Maria Manuel Rola, que foi exibida na Galeria Geraldes da Silva, no Porto (2022) e na Fábrica das Ideias, Gafanha da Nazaré (2023). Assim como co-organizou um Encontro Internacional de Trabalho Doméstico, Reprodutivo e Cuidados, com o Instituto de Sociologia da Universidade do Porto (2022). 

Desde 2021, que organiza as Heróides - clube do livro feminista, um projeto de leitura, discussão e conversa à volta de livros, com encontros mensais, que junta online centenas de pessoas por mês. 

Em 2023 estreia a sua nova criação, Guião para um país possível, um espetáculo a partir dos Diários da Assembleia da República desde 1974 até aos dias de hoje.